quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ricardinho (vale a pena ler)

Ricardinho não agüentou? O cheiro bom do pão e falou:

- Pai, to com fome!!!

O pai, Agenor , sem ter um tostão
no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...


- Mas pai, desde ontem não
comemos nada, eu to comm muita fome, pai!!!


Envergonhado, triste e humilhado em seu coração
de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calm
a enquanto entra na padaria a sua frente...

Ao entrar dirige-se a um
homem no balcão.

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não
tenho nenhum tostão pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviços
que o senhor precisar!!!

Amaro , o dono da pa
daria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão
e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão bife e ovo...


Para Ricardinho era um sonho, comer aquela
hora na rua...


Para Agenor , uma dor a mais, já q
ue comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá.


Grossas l
ágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada....


A satisfa
ção de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, a lembrança de sua família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhação
e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emo
ção
, brinca para relaxar:

- Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está chorando de tristeza desse bife, serviu aquela sola de sapato?!?!


Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão
apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...


Amaro pede então
que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois
conversariam sobre trabalho...

Mais confiante Agenor enxuga as l
ágrimas e começou  almoçar, já que sua fome já estava nas costas...


Ap
ós almoçar Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então
que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo
de
pequenos 'biscates aqui e ali
mas agora há meses não recebia nada...


Amaro resolve então
contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15
dias...

Agenor com l
ágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu inicio no trabalho...


Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor
como novo homem sentia esperança
, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperan
ça
de dias melhores...

No dia seguinte, 5 da manhã Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo
trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia por que estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e historias
diferente, mas algo dentro dele

chamava-o para ajudar aquela pessoa...

E, ele não
se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetiza
ção de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...


Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão
tremia nas primeiras letras e a emoção
da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escrit
ório  para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...


Ao meio dia ele desce para um caf
é na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro t
erno...

Mais dez anos se passa, e agora o Dr. Agenor Baptista, já co
m uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço
..

Mais
de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que Administrado pelo seu
filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionavam a todos que conheciam um pouco da hist
ória de cada um...


Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que há mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho, o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e voc
ê alimentou. Um dia eu estava sem esperança e você deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você deu Deus, e isso não tem preço Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o poder da misericórdia para
estender a quem precisar!!!'

(Hist
ória veridica)

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